os desmandos de viver
Num dia a gente pensa que é feliz, que está tudo bem
e que há que ser grato por tudo.
No outro, vê que não é nada disso, que é tudo ilusório
e a vida é a merda de sempre.
Num dia a gente se sente animado e esperançoso,
feliz como pinto no lixo,
com as migalhas que a vida proporciona.
No outro, cai na real e vê que tudo é frágil e precário,
e que o fiel da balança
tem uma mórbida propensão ao malogro.
Num dia a gente se sente alegre e em paz,
com a alma leve diante do brilho radiante do sol.
No outro, as rotineiras decepções e rasteiras
botam as coisas em seus devidos lugares.
Num dia a gente se sente forte e abençoado
por ter pelo que lutar,
um amor verdadeiro, filhos queridos.
O ganha-pão que dá para o gasto.
No outro, o castelo de areia desmorona,
e as armadilhas do cotidiano escancaram
Num dia a gente se sente alegre e em paz,
com a alma leve diante do brilho radiante do sol.
No outro, as rotineiras decepções e rasteiras
botam as coisas em seus devidos lugares.
Num dia a gente se sente forte e abençoado
por ter pelo que lutar,
um amor verdadeiro, filhos queridos.
O ganha-pão que dá para o gasto.
No outro, o castelo de areia desmorona,
e as armadilhas do cotidiano escancaram
a face perversa e dolorosa
das relações dilapidadas pelo tempo.
Num dia a ilusão de que, apesar de tudo,
os sacrifícios, renúncias e provações valeram a pena.
Que o mais importante é estar com a consciência tranquila
por ter feito o que achava justo e correto.
No outro, a amarga constatação de que nada satisfaz
as expectativas e exigências de pessoas
das relações dilapidadas pelo tempo.
Num dia a ilusão de que, apesar de tudo,
os sacrifícios, renúncias e provações valeram a pena.
Que o mais importante é estar com a consciência tranquila
por ter feito o que achava justo e correto.
No outro, a amarga constatação de que nada satisfaz
as expectativas e exigências de pessoas
que só te dão valor pelo que pode proporcionar.
Ninguém dá conta dos desmandos de viver.
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