domingo, 16 de julho de 2017


         CARTA ABERTA A UM CRÁPULA


Prezado sr Luis Inácio Lula da Silva :

Que o sr não tem a menor vergonha na cara, o país inteiro está cansado de saber. Que o sr não tem qualquer escrúpulo e não passa de um farsante, mentiroso e vigarista de marca maior, idem, idem.
Daí a pergunta que ouso lhe fazer ? Já não basta de empulhação, de posar de vítima depois de tudo que já veio à público, depois do que seu partido repleto de ladrões causou ao país ?
Já não chega de iludir os pobres com esse discursinho demagógico e oportunista, que só serve para acobertar a ganância e a sede de poder que sempre o motivou ?
Já não basta de prometer o que não pode cumprir, de incitar sua malta de seguidores a tumultuar e impedir a volta do país à normalidade? O que passa pelas reformas que seu nefasto partido tenta, de todas as formas, sabotar e impedir. Tudo porque, se encetadas e bem sucedidas, sepultarão de vez as pretensões e planos de retomar o poder.
Seria pedir muito que mostre um mínimo de dignidade e decência, se é que um dias as teve, e pare de prejudicar ainda mais o país que o senhor e seu infame partido saquearam tão sequiosa e vergonhosamente ?
Mesmo porque, se não o fizer de livre e espontânea vontade, seus dias de liberdade estão irremediavelmente contados, pois em que pese a esperada resistência e campanha difamatória contra Moro e a heroica Lava-Jato, a trinca de juízes do TRJ 4 já deu demonstrações cabais de comungar da mesma linha dura aclamada como um verdadeiro divisor de águas no desacreditado Judiciário brasileiro.

Melhor seria, portanto, que ao invés de continuar botando lenha na fogueira, fizesse justamente o contrário, ou seja, evitar bravatas e provocações que só encontram eco em sua doutrinada claque. 
Mais sábio ainda, aliás, seria tentar negociar algum tipo de acordo no sentido de amenizar sua pena e o vexame de ser o primeiro ex-presidente de nossa republiqueta a ir para o xilindró.
Pense nisso, e não seja burro de continuar achando que sairá impune depois de tudo que aprontou.

PT saudações

Ivan Berger




quarta-feira, 12 de julho de 2017





Só há uma burrice maior do que achar que entende as mulheres. 
Achar que é mais esperto do que elas.



sábado, 8 de julho de 2017




                  
                            à deriva




As lembranças são para mim como aves de arribação,
que de repente voam para bem longe.
Sei que estão lá, em paisagens que o tempo
recobre de melancolia.
Intactas, pairam como um mundo a parte que transcende 
o esquecimento e arrefece os sentimentos.

Do alto de meu voluntário desterro, tremula 
minha puída bandeira de apátrida.
Não sei o que me espera, não sei o que esperar
agora que meu barco zarpou,
deixando uma vida inteira para trás.
Nada levo na bagagem, a não ser o peso dos meus atos
e a certeza de que, bem ou mal,
fiz o que deveria ter feito.
Há muito tempo.

SET/  2000 
   


  

   




 




sexta-feira, 7 de julho de 2017



                              QUE GRAÇA TEM ?




O que seria da flor sem o labor da abelha 
e do beija-flor ?
Da rosa sem o frescor do orvalho ?
Da floresta sem a majestade da sequoia, 
do cedro, do carvalho ?

O que seria da alvorada sem o trinar da passarada ?
Do rio, sem a piracema, botos cor de rosa ?
Do mar, sem a lua e o vento, a reger o fluxo das marés ? 
Do céu, sem o pano de fundo azul anil ?
Da natureza, sem a flora e a fauna exuberantes ? 
E do homem, o que seria, sem tudo isso 
para usufruir e... destruir. 

De que vale a mão que não afaga ?
Do abraço que não aconchega ?
Do amor que não se doa ?
Dos laços afetivos que não unem ?  

Que graça tem a vida sem pirraças e trapalhadas ?
Sem chegadas e partidas ?
Perdas e recomeços ?

Qual a graça do domingo sem futebol, 
da praia sem sol, sol sem arrebol ?
De criança sem brinquedo,
na adolescência sem paixonites agudas e cagadas
homéricas, que graça há ?


Que graça teria Londres sem fog, a realeza 
e o Big Ben ?
Paris sem a torre Heifel, o Louvre, os canais do Sena ?
O Rio sem o Corcovado, o Cristo Redentor, o Maracanã ?
O Egito sem as pirâmides ?
O Kilimanjaro sem neve, o Saara sem areia ?
O mundo sem coros de pássaros, buquês de nuvens,
bordéis e igrejas ?

Que graça tem a vida sem emoções ?
O amor sem tesão ?
O mundo sem vilões ?
Eu sem você...






  























terça-feira, 4 de julho de 2017



                    MACACOS ME MORDAM




Pensando na morte da bezerra, em madrugadas insones nas quais toda sorte de elucubrações assaltam a mente, sutis como macacos em loja de cristais, por mais que tente racionalizar e me policiar, não tem jeito : as coisas sempre parecem mais sombrias, os questionamentos implacáveis, as preocupações mais fundas.

Menos mal, penso eu, que me atormentem mais os desafios futuros do que as águas passadas. Por exemplo, se vou ter capacidade, condições e saúde para tocar a vida e concretizar os projetos pendentes. 
Não que tenha deletado as coisas passadas, longe disso, não canso de dizer que encaro as lembranças como meu bem mais precioso, graças a memória seletiva que me permite manter a saúde mental em dia.    
No mais, me considero um cara sortudo por ter contado com o suporte da família para segurar a barra nas horas difíceis, nos malogros e maluquices que pavimentaram minha inglória jornada nas quebradas desse mundaréu, como dizia nosso esquecido e subestimado Plínio Marcos. 
Uma família que, a contragosto e para meu desgosto, na prática se reduziu drasticamente no decurso dos anos.

Mas não me queixo. Mesmo o que não logrei obter no sentido material, foi largamente compensado pelas dádivas que ainda hoje usufruo. Escorado na doce ilusão de que nem tudo na vida é finito, me consola o fato de que as coisas que sempre me foram tão caras, mesmo reduzidas a mera sombra do que foram, continuam a ocupar lugar cativo em meu coração. Com a salutar diferença de já não serem condicionantes e obsessivas como antes. 

Já meus filhos, que ironia ! Criei-os com tanta amor e desvelo, e provavelmente se tornaram tão melhores do que eu, que fiquei muito aquém de seus elevados padrões e expectativas. 
Macacos me mordam...  






 

   



   



segunda-feira, 3 de julho de 2017



                          MEL E FEL





Amar sem ser correspondido, que tragédia !
Dar sem nada receber em troca, que sacanagem !
Confiar, ser correto, honesto, que otário...

Sou um pária nesse mundo cão.
Não tenho medo de bandido, nem de cara feia.
Não me surpreendo com falsetas e crocodilagens,
de resto modus vivendi hoje em dia.
Quem não tem estômago que não se estabeleça.
Aliás, nem saia de casa.
Sou casca de ferida, unha de cavalo.
Não levo desaforo para casa.
Não faço questão de agradar ou posar de bonzinho.
Sou o que sou.
Um fodido nesse mundo cão.

Só tenho medo de mim mesmo.
Dos gestos intempestivos e trensloucados.
Do fogo nas vestes
que inexplicavelmente às vezes ponho.
Do mel e fel que adoçam e amargam meus dias
me levando do céu ao inferno
quando me aconchego em teus braços
e te apunhalo pelas costas...

(ESCRITOS DE ALCOVA, MEADOS DE UM ANO QUALQUER)

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