sábado, 23 de maio de 2020




                 RESUMO DA ÓPERA







O amor é uma doença cuja cura
é a própria doença.

                  ***

Dificilmente as coisas são como a gente
pensa. Muito menos as pessoas.
Quando são, nós é que não somos.

                 ***

Durante muito tempo, fui o que me deixaram
ser. Hoje, sou o que eu quero ser.

                 ***

De certa forma, quem não tem nada a perder
está no lucro.

                 ***

A essência do ser humano está na empatia. 

                ***

"as coisas não eram para ter sido assim,
mas já que foram, foram-se..."

                 ***

Uma relação não sobrevive a uma terceira
pessoa. A qual mais cedo ou mais tarde acaba
sendo o fiel da balança.

                 ***

Há uma sutil diferença entre ser bom ou otário.
O diabo é que vivo me confundindo.

                 ***

As coisas nunca são como a gente quer.
Até a gente deixar de querer.

                ***

A verdade dói,
a dissimulação corrói,
a mentira destrói.

                ***

Há pessoas que passam por nossas vidas
e passam. Outras passam e ficam...

                ***

O que me faz feliz é o que me impede de ser feliz.

                ***

As coisas nunca são como a gente quer. E quando
são, custam caro.

                 ***

De tão familiarizados com mentiras e falsidade,
resolvi praticar um pouco. Sem dor de consciência.

                 ***

Pensando bem, deve ser viciante ser filho da puta.
Porque, olha, é o que mais tem...










                         a raça dominante
 





Quer magoar alguém ? Diga a verdade.
Quer ser respeitado, amado ? Minta, finja,
falseie.
As pessoas não aguentam a verdade.
Preferem enganar, serem enganadas.
É o estereotipo dominante.
A raça dos desenganados, que como 
bem disse o poeta,
preferem ser admiradas pelo que não são,
a serem ignoradas pelo que são.





sexta-feira, 22 de maio de 2020



                                náufrago

                                  


Quem sou eu, afinal ?
Um ninguém ? Um náufrago
no mar revolto da existência ?
Um nada, que nada,
para nada ?








quinta-feira, 21 de maio de 2020


                             os dois lados




Conheci o teu melhor e o teu pior. 
Sem saber quem realmente tu és.
Qual o lado verdadeiro.
Aquele que por tanto tempo me fascinou,
ou a trapaceira que no fim se 
revelou.
Provavelmente, os dois sempre estiveram lá.
Em seu devido tempo, se mostraram.
O melhor, enquanto te interessou;
o pior, quando tudo desandou.
Eu é que nunca soube ver. 
Tolo, cego,
acreditei até o final no amor 
que me fazia te ver melhor do que és.
Te perder não foi o pior que me aconteceu.
É ver o quanto me enganei e
sofri em vão.
Por algo
que só eu sentia. 








  

   
 
   

quarta-feira, 20 de maio de 2020



                     a mulher que se faz amar







Uma mulher
que é apenas linda,
é uma espécie de troféu
que a gente coloca na estante,
para exibir,
e depois esquece lá.
Já a mulher que se faz amar,
nunca deixa de estar presente.
Na vitória e na derrota,
é sempre a mesma.
Em fazer dar certo se detém.
Dos pactos do amor nos faz refém.
















terça-feira, 19 de maio de 2020


                     agora e na hora de nossa morte 



                 




O mundo mais uma vez
envolto em maus presságios,
empilha mortos.
Não sabe o que fazer para conter a peste, 
não sabe o que é melhor, 
ficar em casa ou seguir em frente.
É preciso trabalhar mas 
não deixam.
Governantes inescrupulosos anseiam
pelo estado de calamidade pública, para tirar proveito
político e arrombar 
os cofres públicos. Enquanto uma parte do povo diz amém, 
a outra esbraveja, mas é obrigado a se submeter, 
no fim das contas,
todos desaprendidos de ver,
veem e não veem, a prístina ciência dividida, 
as notícias sinistras dão o tom,
todo mundo dá palpite e ninguém tem certeza de nada,
a economia se desintegra mas tudo bem, 
há que seguir os protocolos, 

seja o que Deus quiser.

Assim se cumprem os ritos insanos 
da era cibernética,
em que tudo reverbera e contagia
pior que a pior das pandemia.
A desinformação, o fake news, e a controvérsia
campeiam, 
à dano da massa de deserdados, 
que, como sempre, pagará a conta.
Cota que lhes cabe num mundo cuja essência
se crispa na agonia moderna,
tutelado por crápulas e imbecis,
como foi e sempre será.
Eterna é a ignorância e tudo aquilo
que nenhuma força resgata,
conquanto pareça ser esta a vontade de Deus.
Que cada dia seja de plenitude 
e sacrifício. 
Agora e na hora de nossa
morte. 
Amém.




 



















                           

                 aceitação
                                         

                                 



A temida velhice é como um rio 
sem correnteza,
que me puxa para o fundo,
sem uma mão para me salvar.
Morro um pouco todos os dias que passam
sem mistificação.
Perdido na névoa da ausência de tudo
que me foi importante,
estranho pensar que em
pouco tempo estará tudo acabado. 
Resta apenas um menino suspenso na memória,
e a estranha ideia de não ter mais futuro.

Não direi que estou resignado. Há lembranças
demais para simplesmente deixar de lado.
Minha riqueza está no que vivi, nem o solitário
crepúsculo me fará triste. 
O gosto da derrota é suave, fruto da aceitação 
e do alívio de não carregar mais  
o fardo do amor que fere e mutila.
Já não há para onde ir,
além do voo derradeiro,
silente e melancólico,
rumo à eternidade.
Ao esquecimento.



























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