as coisas sem nome
O que aconteceu é tarefa já cumprida.
O presente se revela e se mascara de silêncios homicidas.
Descobre-se o mito que não tarda em desfazer-se.
Alegres e aflitos, matamos a esperança a
fim de engendrar novos inícios.
Crivados de enigmas e artifícios.
O equilíbrio do mundo rejeita a hipótese da inocência
sem culpa.
O indecifrável compreende a eternidade das coisas sem nome.
Quem dera a beatitude da luz que se derrama nos vergéis.
Para tornar menos penosa a manhã que chega prenhe
de imposturas.
Poder amar a mudez expectante das torturas e feras enjauladas.
Perdoar-se pelo crime de viver.
Para que a vida ainda valha a pena ser vivida.