causas perdidas
Louve-se a perenidade das coisas sem nome.
O labor anônimo, o sacrifício velado às causas perdidas.
O bem que se faz apenas por fazer.
Bendito tudo que encanta, que alegra,
faz alguém sorrir.
Oxalá a vida fosse simples como repartir um pão,
para que cada um tivesse o seu quinhão,
e ao fim de cada dia, o aconchego de um lar
para apascentar o coração.
Mas o homem-primata não foi feito para viver
em paz e no sossego.
Expulso do Paraíso, perseguido pelos deuses
desdenhosos do Olimpo,
seu destino inglório é perseverar no erro.
Rodeado de desamparo, transmuta-se
como um camaleão.
Só não consegue ser feliz.