a beleza das entranhas
E assim,
extinto o encantamento,
a própria beleza torna-se inútil,
e o que se sabia precipita-se no espaço
enclausurado dentro de si.
Se não era o que foi,
talvez o amor devesse percorrer
outros caminhos.
No regaço de sua paz interior,
prosseguir e perseguir
o ser restituído e decifrado.
Mas facilmente se torna amargo
o jogo repetido da esperança.
As perdas fluem de nossas mãos
mas não voam.
Porque penaste por amor,
tens garras de veludo e o coração
ardendo de ternura.
E tendo cumprido a missão de bem amar,
mechas de choro hão de desnudar
a beleza das entranhas,
para que o perdido se desprenda de sua
dolente verdade.