ABRIL 2017
sexta-feira, 31 de março de 2017
quarta-feira, 29 de março de 2017
ESQUECER DE SOFRER
Quem dera arrancar a amargura do peito e aquietar
o espírito.
Exorcizar os demônios que me atormentam, para ter um
Exorcizar os demônios que me atormentam, para ter um
pouco de paz.
Quem dera me livrar da tristeza que me assalta, trazendo
lembranças de coisas mal-resolvidas e mágoas
congeladas ao longo do tempo.
Quem dera reparar laços que julgava inquebrantáveis,
que se esgarçaram inexoravelmente.
Laços de amizade e de amor, que acreditava eternos.
Laços de amizade e de amor, que acreditava eternos.
Quem dera poder voltar no tempo, para repensar e refazer
o caminho, sem tantos tropeços.
Quem dera esquecer de sofrer.
segunda-feira, 27 de março de 2017
OS PERIGOS DA PÓS-MODERNIDADE
Mesmo sendo herdeiros de um mundo de infinitas possibilidades, como preconiza aquele anúncio publicitário, não invejo e de certa forma, até sinto pena das novas gerações. Não só por não poderem desfrutar de certos prazeres inerentes aos velhos tempos, os chamados anos dourados - os quais, penso eu, dispensam comentários -, mas, principalmente, por serem parte de um cenário notoriamente distópico e degenerado.
Um cenário de transformações sócio-econômicas profundas, que vieram para o bem e para o mal, e do qual os discípulos dessa geração de jovens revolucionários são beneficiários e vítimas. Claro, pois se por um lado favorecidos por avanços tecnológicos cada vez mais sofisticados, por outro, arcam e sofrem com o descompasso entre esse desenvolvimento avassalador e o claro rebaixamento cultural que caracteriza o que foi cunhado de era do espetáculo.
Fenômeno responsável direto pelo desvirtuamento de valores e costumes, e simbolizado pela promiscuidade generalizada, pelo aprofundamento do fanatismo político-religioso, pelo jugo do hedonismo e narcisismo explícitos, e por aí afora.
Sem falar que não, obstante a conversão mundial à sistemas e dispositivos eletrônicos que desconhecem limites e fronteiras, esse verdadeiro Leviatã de Hobbes (1587-1666) pouco ou quase nada têm contribuído para diminuir o distanciamento e as seculares diferenças entre os povos. Muito pelo contrário : o uso maciço e massivo da parafernália eletrônica não só aumenta o isolamento das pessoas, como inauguraram uma nova e perigosa era : a da guerra cibernética.
Mas este é só um dos aspectos que faz do mundo de hoje um lugar muito mais complicado e perigoso de se viver. Pois em que pese toda comodidade, conforto e facilidades proporcionados pelos formidáveis avanços tecnológicos das duas últimas décadas, nada acontece sem contrapartidas e efeitos colaterais altamente danosos para as pessoas, e o planeta em geral.
Creio ser ocioso enumerá-los aqui. Basta dizer que o próprio inchaço populacional do planeta, em contraste à gradual e aparentemente inexorável destruição ambiental, aliado a falência de doutrinas e modelos de controle político e social, e a perpetuação dos conflitos étnico-religiosos, continuam sendo questões mal-resolvidas que tornam o mundo cada vez mais volátil e hostil.
É certo que o processo civilizatório nunca foi exatamente tranquilo, e que a história da humanidade é repleta de conflitos, violência, genocídios. Eventos que hoje em dia de certa forma estão mais contidos, em função da maior visibilidade e de interesses inerentes a economia globalizada. Em contrapartida, a violência urbana, a pujança do crime organizado e a expansão do terrorismo, são os reflexo da degradação moral e ética estimulada pelos meios de comunicação. E catapultados pela Internet.
Liberalidade esta que não impede a Internet de ser a grande divindade da pós-modernidade, e cujo reinado promete se estender ad infinitum, mas que para as novas gerações implica na renúncia tácita a valores tradicionais, e a um modo de vida mais sadio e saudável. Seja em termos de lazer, alimentação, como de relacionamentos.
Se a troca valeu a pena, só o tempo dirá. Mas de qualquer forma, cabe a nós, pais, e particularmente de filhos pequenos ou adolescentes, não só acompanhar de perto, dosar a coisa, e sobretudo, mostrar que a vida verdadeira está lá fora. Que é preciso não confundir a ficção e o mundo virtual com a dura realidade que nos cerca.
Uma realidade que exige toda a sorte de cuidados e precauções, em função dos perigos exponencializados exatamente pela liberalidade e facilidades reinantes.
sexta-feira, 24 de março de 2017
O CARAPUCEIRO
Ninguém gosta de ser coadjuvante, mesmo não tendo talento para ser protagonista. Ninguém gosta de ficar no ostracismo, mesmo não tendo aptidões para se destacar. Ninguém gosta de perder, mesmo não tendo méritos para vencer.
Ninguém gosta de ser criticado, mesmo quando errado. Ninguém gosta de ser contrariado, mesmo metendo os pés pelas mãos. Ninguém gosta de ser incompreendido, mesmo sendo um trapalhão. Ninguém gosta de levar porrada, mesmo fazendo por merecer. Ninguém gosta de ser excluído, mesmo não acrescentando nada. Ninguém gosta de ser dispensado, mesmo não fazendo falta.
Ninguém gosta de sofrer, mesmo sendo masoquista. Ninguém gosta de levar uma vida de merda, mesmo não fazendo nada para mudar. Ninguém gosta de tomar um fora, mesmo aprontando pra caramba. Ninguém gosta da cara feia, mesmo vivendo de cara amarrada. Ninguém gosta de mentira, mesmo sendo um farsante inveterado.
Ninguém gosta de tomar prejuízo, mesmo bancando o otário. Ninguém gosta de perder, mesmo não jogando nada. Ninguém gosta de gente mal-educada, mesmo sendo a antipatia em pessoa. Ninguém gosta de ser injustiçado, mesmo tendo culpa no cartório. Ninguém gosta de ser hostilizado, mesmo pisando no calo alheio. Ninguém gosta de ser acuado, mesmo cutucando a onça com vara curta.
Ninguém gosta de ser cobrado, mesmo devendo na praça. Ninguém gosta de ver seu time perder, mesmo em sendo um bando de pernas de pau. Ninguém gosta de mulher feia, mesmo sendo careca e barrigudo. Ninguém gosta de estar duro, mesmo não gostando de trabalhar. Ninguém gosta de ser zoado, mesmo só falando disparates. Ninguém gosta de ser xingado, mesmo sendo boca dura e malcriado. Ninguém gosta de ouvir certas verdades, mesmo não tendo um pingo de razão.
Em suma, ninguém gosta de ser ignorado ou deletado, mesmo sendo um provocador inato e carapuceiro de ofício.
terça-feira, 21 de março de 2017
cansado
Cansado
Cansado de tudo
Cansado de ser cobrado
Cansado de ser incompreendido
Cansado de dar murro em ponta de faca
Cansado de remar contra a maré
Cansado de ser saco de pancada.
Cansado de nada dar certo
Cansado de estar sempre me justificando
Cansado de ser ignorado
Cansado de ser mal interpretado
Cansado de falsidade
Cansado de ingratidão
Cansado de esperar em vão
Cansado de carregar o piano sozinho
Cansado de tocar o piano
Cansado do piano
Cansado de tudo
Cansado de mim
Cansado...
Curta intensamente os bons momentos da vida,
porque eles são curtos.
Valorize os momentos ruins, porque são os que mais
ensinam e há que se tirar proveito deles,
ao menos como consolo.
ao menos como consolo.
Não espere ajuda nem compreensão de ninguém,
para não se decepcionar e quebrar a cara,
pois como reza a lei de Murfhy,
de onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo.
Não conte com o fator sorte, com a ajuda divina
ou qualquer tipo de mandinga, que o diabo está no comando,
e costuma cobrar caro por qualquer concessão.
e costuma cobrar caro por qualquer concessão.
Não se faça de vítima ou coitadinho, e nem culpe a vida,
nem ninguém, por problemas que no mais das vezes,
são de sua única e inteira responsabilidade.
nem ninguém, por problemas que no mais das vezes,
são de sua única e inteira responsabilidade.
Ouça mais e fale menos, que assim não só evitará a fama
de chato como subirá no conceito das pessoas.
Desde que não as contrarie, é claro.
Desde que não as contrarie, é claro.
Seja educado, prestativo e generoso, que não se perde
nada com isso, e de quebra, passa a ser visto
como um bom sujeito. Mesmo não sendo.
segunda-feira, 20 de março de 2017
TORMENTO
Vivemos e morremos cada dia um pouco,
um pouco a cada dia,
sem entender o por quê das coisas,
sem saber de onde viemos,
para onde vamos.
Se é que viemos e vamos
de e à algum lugar.
Vivemos e morremos sem saber
por que somos como somos,
o por quê de uns serem mais afortunados que outros,
se todos são iguais aos olhos de Deus.
Se é que Deus exista ou se importe com a gente.
Vivemos e morremos num instante,
sob o estigma do imponderável,
à revelia da sorte e da compreensão.
Morrendo aos poucos ou subitamente,
no fulgor do dia ou no breu da noite.
Na paz de quem viveu dignamente
ou martirizado por remorsos e arrependimentos.
No tormento de quem está condenado a arder
no fogo dos infernos,
se é que o inferno exista,
se é que o inferno não é aqui.
Na cabeça de cada um ou numa esquina qualquer.
Na nossa propensão ao pecado.
À viver sem rumo e morrer à esmo.
Junho de 2015
sexta-feira, 17 de março de 2017
ESTRANHO NO NINHO
Como saber se o amor acabou, que a coisa desandou,
a festa acabou ?
Se de repente ou aos poucos ?
Em meio a desaforos ou silêncios ensurdecedores ?
Ora, que diferença faz ?
Quando acaba, acabou.
Pode acabar de cansaço, do tédio que consome
Se de repente ou aos poucos ?
Em meio a desaforos ou silêncios ensurdecedores ?
Ora, que diferença faz ?
Quando acaba, acabou.
Pode acabar de cansaço, do tédio que consome
as relações.
Pode acabar de inanição, asfixia.
Pode ter acabado há tempo e a ficha não caiu,
até que a indiferença e o desprezo sejam permanente.
Ainda agorinha, você chegou tão fria e distante
que não se deu ao trabalho nem de me cumprimentar.
De me olhar.
Me senti um lixo.
Um estranho no ninho, dentro do meu próprio lar.
Como pode tudo acabar assim ?
Tantos anos, tantas coisas de repente virarem pó.
Cinzas que já não dá para varrer para debaixo do tapete.
Como pode esse menoscabo ?
Esse "até logo, vá pela sombra" que fica subentendido
Pode acabar de inanição, asfixia.
Pode ter acabado há tempo e a ficha não caiu,
até que a indiferença e o desprezo sejam permanente.
Ainda agorinha, você chegou tão fria e distante
que não se deu ao trabalho nem de me cumprimentar.
De me olhar.
Me senti um lixo.
Um estranho no ninho, dentro do meu próprio lar.
Como pode tudo acabar assim ?
Tantos anos, tantas coisas de repente virarem pó.
Cinzas que já não dá para varrer para debaixo do tapete.
Como pode esse menoscabo ?
Esse "até logo, vá pela sombra" que fica subentendido
quando dás de ombro
para minhas perguntas e demandas.
O teu ar fastio diante do meu pequeno melodrama
que sempre surtiu efeito.
Mas para o qual agora não estás nem aí.
Descaso que já não te preocupas em disfarçar,
bem como o próprio desdém diante de minhas razões
O teu ar fastio diante do meu pequeno melodrama
que sempre surtiu efeito.
Mas para o qual agora não estás nem aí.
Descaso que já não te preocupas em disfarçar,
bem como o próprio desdém diante de minhas razões
e argumentos,
num claro indício de que já me fiz tardar.
De que já não há nada a fazer para remediar.
A não ser cortar as amarras e partir
Em busca de outros bares, digo, ares.
num claro indício de que já me fiz tardar.
De que já não há nada a fazer para remediar.
A não ser cortar as amarras e partir
Em busca de outros bares, digo, ares.
GRIPADO
Cá estou, na maior amargura,
nesse dia ensolarado,
perto dos 60,
na contagem regressiva
e nos dilemas de sempre
Eis me aqui mais uma vez
acuado pela vida,
aparentemente sem saída,
sem saber direito o que fazer,
se é que fazer é a melhor coisa.
Melhor talvez deixar como está,
o rio fluir,
o sol nascer.
Amanhã é outro dia,
e outros virão.
Deixar para trás o que hoje parece
tão lúgubre
tão triste.
E ainda por cima...gripado !
domingo, 12 de março de 2017
o fiel da balança
e que há muito mais à agradecer do que pedir.
No outro vê que não é nada disso, que tudo é ilusório,
e que a vida é a merda de sempre.
Num dia a gente se sente animado e esperançoso,
feliz como pinto no lixo com as migalhas que
a vida proporciona.
No outro você cai na real e vê que tudo é frágil e precário,
e que o fiel da balança tem uma mórbida propensão
ao malogro.
Num dia a gente se sente alegre e em paz,
com a alma leve diante do brilho radiante do sol,
do sorriso inocente de uma criança.
No outro, as rotineiras decepções e sacanagens
botam as coisas em seus devidos lugares.
Num dia a gente se sente forte e abençoado
por ter pelo que lutar,
um amor verdadeiro, filhos queridos, o ganha-pão que dá
para o sustento.
No outro, o castelo de cartas desmorona, e as armadilhas
do cotidiano escancaram a face dolorosa das relações
dilapidadas pelo tempo.
Num dia a sensação de que, apesar de tudo,
os sacrifícios valeram a pena,
que o mais importante é a consciência tranquila,
por ter feito o que julgava justo e correto.
No outro, a amarga constatação de que nada satisfaz
as expectativas e exigências de pessoas
que só te dão valor pelo que podes proporcionar.
SET. DE 2002
sábado, 11 de março de 2017
AFORISMO REVISTOS
Quem espera sempre alcança, mas está sujeito
a morrer antes. Ainda mais se depender da ajuda
dos outros.
Divagar se vai ao longe, devagar nem sempre.
Em terra de cego, quem tem um olho entra para a política.
Divagar se vai ao longe, devagar nem sempre.
Em terra de cego, quem tem um olho entra para a política.
O bom filho à casa toma, e põem os pais no asilo.
A ocasião faz o ladrão, e vice-versa.
Errar é humano; persistir no erro também.
Falar é fácil, fazer a gente deixa para depois.
Deus ajuda a quem cedo madruga, noves fora os notívagos
e os que sofrem de insônia.
O pior cego é o que vê mas não entende.
A mentira tem pernas curtas, mas usa pernas de pau.
Os últimos serão os primeiros, desde que os demais desistam.
A pressa é inimiga da perfeição, e da ejaculação.
Águas passadas não movem moinhos, mas provocam redemoinhos.
Quem quer faz, quem não quer, enrola.
Nada como um dia após o outro, ainda mais não tendo opções.
A esperança é a última que morre, mas não sai da UTI.
Para um bom entendedor, as palavras são supérfluas.
AFORISMOS POLITICAMENTE INCORRETOS
Todos são iguais perante a lei, o problema é que a lei
não é igual para todos.
Todo mundo tem direito a opinar, menos mal que ouvir é facultativo.
Todo mundo quer ser rico, admirado, famoso;
o problema é que a pobreza, a rejeição e o anonimato
são bem mais fáceis de conseguir.
O amor é infinito enquanto não é posto à prova.
Quem tudo quer, acaba pondo a mão na cumbuca.
O Brasil é o país de um futuro que não chega; mas a conta, sim.
Antigamente, dizia-se que o consolo de ser honesto era poder dormir com a consciência tranquila; hoje, é o de não ser acordado pela Polícia Federal às 6 da matina.
Não se consegue persuadir quem não vale a pena ser persuadido.
Futebol, política e religião não se discute, proclama-se.
Artistas e celebridades são seres que a gente admira, idolatra,
até que abrem a boca para emitir opiniões estapafúrdias
dignas de repulsa.
Era tão correto e íntegro que preferia disfarçar, para não ficar malvisto.
Em tempos de massificação midiática, pensar por conta própria virou um luxo.
Não deixa de ser curioso que os políticos sejam tão criativos
para roubar, saquear e engendrar seus esquemas criminosos,
e tão sem imaginação quando pegos com a boca na botija.
Negam tudo, nunca sabem de nada,
mesmo quando flagrados com maços de dinheiro na cueca,
e milhões em contas clandestinas na Suiça.
Só abrem o bico quando não tem mais saída, em delações premiadas quer acabam confirmando tudo aquilo
e um pouco mais do que vinham desmentindo.
Ou seja, se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão.
domingo, 5 de março de 2017
BELO E INSANO
Como uma planta que a chuva rega e o vento fustiga.
Como um inseto tardívago e sua trágica sina de vítima
e predador.
Como uma flor que desabrocha, encanta e despetala
Como uma flor que desabrocha, encanta e despetala
num lapso de tempo.
Como um pássaro caído do ninho e abandonado à própria sorte.
Como um fugaz arco-iris no horizonte, depois da chuva.
Como uma estrela cadente, que risca o breu da noite, subitamente.
Assim é nossa precária trajetória.
Assim é a metáfora da vida.
Linda e sofrida.
Perene e cruel.
Breve e misteriosa.
Que só Deus explica.
Se é que Ele exista.
Se é que Ele se importe com nossas provações,
com nossa sorte nesse mundo belo e insano.
Em que o amor e a dor são como unha e carne,
andam lado a lado,
e mudam de lado
Como um pássaro caído do ninho e abandonado à própria sorte.
Como um fugaz arco-iris no horizonte, depois da chuva.
Como uma estrela cadente, que risca o breu da noite, subitamente.
Assim é nossa precária trajetória.
Assim é a metáfora da vida.
Linda e sofrida.
Perene e cruel.
Breve e misteriosa.
Que só Deus explica.
Se é que Ele exista.
Se é que Ele se importe com nossas provações,
com nossa sorte nesse mundo belo e insano.
Em que o amor e a dor são como unha e carne,
andam lado a lado,
e mudam de lado
sem que nada possamos fazer.
Além de orar para um Deus que não nos ouve.
sábado, 4 de março de 2017
O PATO
O pato desliza, à deriva,
nas águas poluídas do lago.
As carpas roçam suas plumas;
ele, imponente,
me espreita com seu olhar.
Sossegado, surge,
quieto,
com muito tato,
esse bicho bonito, o pato.
Mas, cuidado,
descuidado : logo ali,
no aguapé,
vejo, sinistro,
o jacaré !
Curitiba, meados de 1970, num banco do Passeio Público.
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